CRÍTICA: M3GAN


Bom não é de hoje que os bonecos são conhecidos no cinema, na categoria terror então nem se fale, eles sempre começam como brinquedos inofensivos, e quando você menos espera eles se tornam criaturas malignas e mortais.



As maiores referências do gênero são o famoso brinquedo assassino Chucky que ficou famoso nos anos 90, ganhando até uma família. O clássico boneco Billy de "Gritos Mortais"(2007) também se tornou referência em matéria de brinquedos macabros. Além da mais recente Annabelle apresentada no universo dos filmes "Invocação do Mal"(2013), e que acabou ganhando uma série de filmes solos. 

É nessa pegada que o gênio James Wan, se juntou a Akela Cooper e Gerard Johnstone para dar vida a produção de "M3GAN", novo terror da até que renascendo das cinzas Blumhouse Productions, que já foi pioneira nos filmes de terror e hoje vem dividindo os holofotes com a novata A24



O filme segue Gemma, uma robótica brilhante de uma empresa de brinquedos que mistura brinquedos comuns e Inteligência Artificial, a personagem é interpretada pela já conhecida do terror Allison Williams ("Corra", "A Perfeição"). Ela desenvolve uma boneca realista Megan, que é projetada para ser a melhor amiga de uma criança, e a maior aliada de um pai. O que parece perfeito quando Gemma recebe a custódia de sua sobrinha pequena Katie, que acabou de perder os pais. O que ela não esperava é que isso pode gerar consequências inimagináveis. 



O filme começa bem interessante já que na cena inicial vemos a mãe de Katie antes do acidente criticar o uso de tecnologia excessiva por crianças. Isso vira um ponto de referência para o restante da história já que Katie vai morar com a tia que é uma robótica de brinquedos para crianças. A boneca Megan é apresentada de maneira amável, e mostra utilidade quanto a ideia inicial de ser a melhor amiga de uma criança, você até acha fofo 😬, porém no meio do filme começamos a notar a hostilidade da boneca, e de como ela começa a tomar decisões próprias. Quando a bomba explode e a boneca se revela um ser do mal, e o enredo fica bem quente, aquela cena clichê da morte do cachorro, mas que encaixa perfeitamente e com referência, afinal em filmes de psicopatas sempre vemos aquela cena mostrando o protagonista criança, matando algum animal, dando indícios da psicopatia desde pequeno, algo que claramente fica latente na personagem.



Como a boneca foi feita para atender as necessidades da criança com quem ela é conectada, você chega a pensar que quem está por trás das mortes de maneira inconsciente é a protagonista infantil Katie, afinal a boneca faz tudo que faz em intuito de protegê-la e em benefício de Katie, a cena do colega na escola é um exemplo. Porém com a chegada das cenas finais, percebemos que na verdade é até um plot previsível, o de que a A.I, assim como todos os filmes de inteligência artificial, uma certa perde o controle de seu humano, e começa a pensar e agir por conta própria, vemos isso em "Eu, Robô"(2004) e até em "Vingadores e a Era de Ultron"(2015) com o personagem Ultron

As cenas finais dão aquele final acalorado ao filme, com perseguições e talvez algumas mortes sem sentido que parecem que só estiveram ali para preencher minutos do final do filme. Mas nada de ruim, já que foram bem dirigidas. O filme ainda termina com aquele gancho para uma sequência, que já foi até confirmada



As atuações no filme de ambas as protagonistas, a adulta e a infantil, deram muito certo entre si. Porém, por incrível que pareça a boneca Megan acaba por entregar um bom tempo de tela no filme. A realidade com que a boneca é trazida no sentido físico, é o grande trunfo do filme, e o que mais assusta também. Acredito que a moral da história toda, é algo que já vem sendo discutido, o excesso de tecnologia para as crianças; mesmo que estejamos vivendo em uma nova era, grande parte do público adulto entre 30 e 50 anos critica o uso de tablets e celulares sem um controle parental dos responsáveis. Aquela frase "vai brincar de verdade meninx" ainda é ouvida em algumas famílias. Em contrapartida, os pais da nova geração acham natural que seus filhos estejam introduzidos nas tendências atuais.  Outro ponto no filme que também é alvo de discussão é a integração da A.I no cotidiano do ser humano em geral, talvez seja lançado um alerta de que isso pode ser bom, mas também pode ser perigoso. 

Bom, não deixe de assistir "M3GAN". 




NOTA: ⭐⭐⭐⭐ (⅘) 

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