CRÍTICA: A PEQUENA SEREIA

Os live action se tornaram cada vez mais comuns, e o da vez é o do desenho "A Pequena Sereia"(1989), um dos maiores clássicos da Disney. O filme deu muito o que falar desde sua pré produção, pela expectativa do público quanto ao filme, isso geralmente ocorre quando desenhos animados de sucesso são adaptados em live action's, mas muito se falou em torno de Halle Bailey ter sido escolhida para interpretar a protagonista, a sereia Ariel, e por um fator bem problemático e até racista, por ela ser uma mulher negra, e não branca como a personagem do desenho. 

Mesmo com todos os comentários nas redes sociais, a produção seguiu, e teve uma ótima divulgação, contando com uma turnê mundial, e apresentações músicas de Bailey, cantando os clássicos do filme. 



O ADM do Multiverso foi conferir o filme e te conta tudo em um resumo, sem muitos spoilers! 



O filme segue o roteiro fiel do original, e mostra uma Ariel curiosa, uma garota descobrindo o mundo, e claro sempre querendo mais. 

Filha do rei dos sete mares, ela sonha em conhecer o mundo humano, seu pai o rei Tritão e sua seis irmãs reprovam tal curiosidade, quando ela acredita na pessoa errada, a bruxa do mar Úrsula, e se torna humana por três dias, e ela só conseguirá continuar assim se receber o beijo do amor verdadeiro do príncipe Eric, por quem ela tem grande interesse. 



O roteiro é literalmente o mesmo do filme original, com os ajustes perfeitos, como trazer o enredo para a atualidade com a relação pai e filha entre Ariel e Tritão, que você consegue ver em qualquer filme adolescente que passe no Netflix, por exemplo, um texto mais atualizado e até orgânico, que não deixa o público esquecer o hype do original. 

O diretor Rob Marshall, que é praticamente o rei dos musicais, tendo em seu currículo obras como Chicago(2002) e Nine(2009), e ainda filmes como Memórias de uma Gueixa(2005), entrega uma direção impecável, e uma coreografia excelente nos números musicais, esses que deixam o filme animado, e nostálgico para todos que são fãs do clássico.



Quantos a questão das músicas, Halle Bailey que interpreta os grandes clássicos como "Part Of Your World", entrega um vocal impecável que deixa ainda mais claro o por que de ela ter sido escolhida para a protagonista, Melissa McCarthy também entrega uma performance impecável na pele de Úrsula, a bruxa do mar, a atriz que é simplesmente um pilar da comédia, entregou uma Úrsula com piadas atuais, sem perder a essência de uma das vilãs mais iconicas da Disney. Até o ator Jonah Hauer-King entrega um príncipe Eric enérgico e autêntico, e não apenas um papel secundário. 

Destaque para os amiguinhos do mar de Ariel, o peixe Linguado, o pássaro Sabidão interpretado pela atriz Awkwafina, e o caranguejo Sebastião, esse que teve uma performance excelente pelo ator Daveed Diggs, e de uma maneira única, o personagem é de fato o humor do filme com piadas bem colocadas, e que deixam o roteiro leve. Sua performance de "Under The Sea" é um dos melhores momentos do filme, além do sucesso "Kiss the Girl"



Os pontos positivos do filme ficam por essa atualizada no roteiro, sem sair muito da margem do original, afinal quando falamos em live action, muitos já pensam que vai vir algo muito diferente, e que tira a essência do original, etc… porém o filme não erra nisso nem um pouco. Além da clara representatividade no geral dos personagens, além da protagonista, a mãe do príncipe ser uma rainha negra já deixa isso evidente, e no geral você consegue notar isso durante todo o filme, desde os personagens principais como as irmãs sereias de Ariel, até os personagens da pequena vila do reino do príncipe Eric. Plot para a cena final, onde fica extremamente clara que era exatamente essa mensagem de diversidade e até de união entre povos que o filme gostaria de passar, e sem forçar barra nenhuma, lindo de se ver. 



Os pontos fracos ficam por conta da fotografia do filme, que em alguns momentos principalmente nas cenas marítimas chega a ficar escura, você chega até a pensar que está em um daqueles filmes de tubarão, e não em um filme de uma princesa da Disney, porém esse detalhe pode depender muito mais da opinião de quem está assistindo, do que do fator técnico. Filmes como Aquaman(2018) por exemplo conseguiram entregar uma estética marítima que poderia ter casado muito bem em "A Pequena Sereia"(2023), mas só um detalhe. O mesmo erro também foi visto no recente "Peter Pan"(2023) que teve a mesma fotografia apagada em quase todo o filme. 



No final "A Pequena Sereia" entrega o que era prometido, um belo clássico da Disney, sendo apresentado de uma maneira nova, sem tirar a magia que o original tem. Para o público adulto é um prato cheio de nostalgia, e é de extrema importância para a geração de crianças que verão o clássico agora de uma maneira representativa, e diversificada. O filme garante o sucesso e entra para a lista dos ótimos live action's que a gigante das animações vem fazendo nos últimos 10 anos, que começou com o perfeito "Alice no País das Maravilhas"(2010) de Tim Burton, eu até coloco no top 5. Que a Disney continue entregando os clássicos para os diretores certos. O próximo grande live action será o de "Branca de Neve e os Sete Anões", esse que também já vem dando o que falar, e tem no elenco Rachel Zegler como a Branca de Neve e Gal Gadot como a Rainha Má, e vai ser um dos maiores lançamentos de 2024



Não deixem de assistir e de se contagiar com a magia de "A Pequena Sereia", em cartaz em todos os cinemas brasileiros. 


Nota: (⅘) ⭐⭐⭐⭐ 

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