ARTIGO: MARKETING VS. REALIDADE: A VERDADE POR TRÁS DOS BLOCKBUSTER'S ATUAIS


Nos últimos anos, o mundo do cinema tem sido dominado por produções com orçamentos milionários e campanhas de marketing massivas. No entanto, o que temos testemunhado é uma tendência preocupante: a ascensão da "era dos filmes mentirosos". Essas mega produções, conhecidas como blockbusters, muitas vezes não conseguem corresponder às expectativas do público, da crítica e em última instância, dos próprios estúdios.



Na década passada, qualquer filme anunciado como blockbuster era praticamente uma garantia de sucesso para os grandes estúdios como Warner, Sony e a antiga 20th Century Fox. Apesar de alguns fracassos, a maioria conseguia gerar retornos lucrativos. No entanto, atualmente, essa garantia parece ter se dissipado. Desde 2020, temos visto um aumento no número de filmes que apresentam todos os elementos de um blockbuster - orçamento, elenco e campanha de marketing grandiosos - mas que falham em cativar o público ou gerar retornos expressivos em bilheteria, como foi o caso de filmes como "Vingadores: Ultimato" no final dos anos 2010.



Uma possível explicação para esse fenômeno pode ser atribuída à pandemia do COVID-19, que desviou grande parte do público dos cinemas para plataformas de streaming. Como resultado, muitos filmes foram lançados diretamente em demanda, e a frequência das idas ao cinema diminuiu significativamente. Apenas alguns poucos filmes, como "Homem Aranha: Sem Volta Pra Casa" e "Barbie", conseguiram atrair multidões para as salas de cinema, graças a campanhas de marketing excepcionais e recepção positiva tanto do público quanto da crítica.


No entanto, apesar desses casos isolados de sucesso, muitos filmes continuam seguindo o mesmo padrão de pré-produção exagerada, com trailers grandiosos e campanhas de marketing intensas nas redes sociais. O resultado é muitas vezes uma decepção tanto para os espectadores quanto para os críticos. Um exemplo recente disso foi a forte divulgação de Zendaya como personagem central de "Duna - Parte 1", que deixou muitos espectadores perplexos quando seu tempo de participação no filme não correspondeu às expectativas criadas pela publicidade. 



Outro exemplo é o remake de "Meninas Malvadas", que foi anunciado como um filme comum, mas surpreendeu o público ao revelar-se um musical. Essas estratégias enganosas só servem para minar a confiança do público e gerar ressentimento nas redes sociais. Além disso, a tendência de destacar celebridades em papéis principais, como foi o caso de Dua Lipa em "Barbie" e "Argylle: o Super Espião", apenas para oferecer performances insatisfatórias, prejudica a credibilidade dos estúdios e das próprias estrelas.



Sobre o recente "Madame Teia", é importante mencionar que o filme foi amplamente promovido com trailers enganosos e uma intensa campanha de marketing centrada nas atrizes Dakota Johnson e Sydney Sweeney. No entanto, ao contrário das expectativas criadas, o filme acabou sendo considerado uma das piores produções de super-heróis de todos os tempos, tanto pelo público quanto pela crítica especializada. Essa decepção só reforça a necessidade de transparência e honestidade nas estratégias de divulgação do cinema atual.


Em última análise, fica a questão: quando os estúdios irão perceber que investir em produções reais e consistentes é mais importante do que gastar fortunas em campanhas de marketing extravagantes? Nem todo filme precisa ser um blockbuster para ser bem-sucedido. É hora de voltar ao básico e focar na qualidade do conteúdo, em vez de na quantidade de dinheiro gasto em publicidade. O público merece filmes que não apenas prometem, mas também cumpram suas promessas.

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